Resenha Crítica:
Harry Potter
Provavelmente, todos que estão lendo essa resenha já ouviram muitas pessoas recomendando e falando bem dessa maravilhosa fantasia juvenil, talvez, todos já tenham conhecido a história dela seja através de um jogo, de um filme ou de algum livro da série. Mas ainda assim, por que Harry Potter é tão bom? Por que é a série que mais marcou a adolescência de tantos jovens ao redor de todo o mundo, uma série altamente lucrativa seja no cinema, na literatura ou nos videogames, por que ela é uma história que agrada a tantas pessoas – crianças, jovens e adultos?
É claro que o elemento do fantástico e toda a magia da história, influencia bastante para deixar a história muito boa e mais interessante. Mas a excelência de Harry Potter vai muito mais além.
Sete livros. Sete anos. Sete núcleos diferentes para cada livro que se conectam resultando em um ótimo desfecho. E uma trajetória fantástica, mas com elementos da realidade. É isso que nos traz Harry Potter – isso e muito mais. J. K. Rowling criou um mundo maravilhoso, capaz de fazer com que uma imensa quantidade de leitores se encantasse com suas criaturas, seus cenários e a magia que dele faz parte, mas só isso não seria capaz de fazer uma história tão boa quanto a que ela fez. Não. J. K. vai além e nos traz personagens “verdadeiros” com os quais nós podemos nos identificar. Ela traz toda a magia desse mundo habitado por bruxos mas ela também traz a amizade, o amor, a alegria, a angústia, a dor, os desafios, e muitas outras coisas através da trajetória de Harry e de todas as outras personagens do livro.
Tudo começa com a triste história do menino Harry. Um bebê que teve a infelicidade de presenciar a morte de seus pais causada pelo mal encarnado em pessoa, mas que teve a felicidade de sobreviver a tal ataque por conta do amor incondicional de Mãe. Que teve a infelicidade de ser cuidado por pessoas terríveis, sem fazer amigos, nem poder viver a sua infância. Mas que teve a felicidade de ser “resgatado” e apresentado a um novo mundo fantástico. Só que esse mundo fantástico, além de magia, traria amizade, conhecimento, comprometimento, missões a serem cumpridas, ensinamentos. Traria o bem e o mal, a felicidade e a tristeza. E nós embarcamos nessa maré instável junto com ele.
Vimos Harry crescer, criar amigos, aprender o valor da amizade. Vimos ele aprender o que o poder pode trazer. Fama, fortuna, reconhecimento mas também ciúme, inimigos e armadilhas. Vimos ele passar por bons e maus bocados, aprender muito, acertar bastante mas errar muito também. Vimos que nele e em outras personagens do livro, há um pouco – ou muito – de qualquer um de nós. E, principalmente nós adolescentes, pudemos nos identificar com o crescimento e a trajetória da personagem durante esses sete anos de vida e história. As incertezas, as decepções e as alegrias de um primeiro amor, a amizade e a confiança, a troca de favores, a felicidade, as brigas e o comprometimento que ela traz. Os anos de estudo e aperfeiçoamento para alcançar uma missão que a cada ano que passa fica mais difícil, mas a cada ano que passa também vem junto os valores, a liberdade, a inteligência e os conhecimentos. Harry é um jovem como a maioria de nós é ou foi. Todas as dificuldades, os impulsos, as alegrias, as festividades, o crescimento e vários outros elementos da adolescência estão ali. Só que é claro, há o toque do mágico e do fantástico que torna essa história melhor ainda.
Há também todas as outras personagens que ganham destaque na história. Os amigos e inimigos que Harry faz em sua jornada, os aliados, as criaturas fantásticas. E de todas as personagens dessa história, a mais marcante é Dumbledore. O sábio, velho, poderoso e carismático Dumbledore. A única pessoa que Voldemort teme. E um dos – se não “o” – personagens mais marcantes que eu já cheguei a conhecer no mundo literário. Dumbledore está sempre a transmitir conhecimentos bonitos e verdadeiros, a sacrificar-se cada vez mais para proteger aqueles que ama e defender as causas que acredita. Ele ensina a Harry – e a nós, leitores - por exemplo, que há coisas que nós temos que dar muito mais valor na vida do que nossa vida propriamente dita – como o amor e a amizade. Que não devemos temer a morte. Que não devemos ter raiva, desejo de vingança, perder a paciência e que nada disso adianta. Um personagem cheio de carisma, calmo, que não deixa ninguém tirá-lo do sério. Que está sempre sereno e tranqüilo, por mais que tentem provocá-lo, mas que na hora que tem que brigar para defender aqueles que ama e acabar com o mal, ele surpreende e bota para quebrar. O personagem mais magnífico dessa história. O personagem que, quando morreu, me deixou triste, mas me mostrou mais uma vez o quão ele era uma pessoa boa, que se sacrificava e acreditava nas pessoas de uma maneira surpreendente.
Mas além de personagens muito bem construídos e verdadeiros, o mundo mágico de J. K. funciona majestosamente bem. As características que ela encarna nas criaturas mágicas e na magia são surpreendentes, e muito bem-pensadas. Há uma lógica no modo como as coisas funcionam, além de um paralelo com os sentimentos e a ação dos humanos. Como, por exemplo, o Expecto Patronum que pode ser conjurado através de lembranças que consigam fazer com que as personagens se sintam realmente felizes e as protege contra o mal, além de cada patrono ter uma forma diferente relacionada às características de seu dono (pode ser relacionado com o anjo da guarda e a sensação boa e de proteção contra más energias e sentimentos como a tristeza e a solidão que os pensamentos positivos e as lembranças felizes atraem). Como os comensais que sugam a felicidade das pessoas ao sugar suas memórias boas da vida (a depressão), como os testrálios que só podem ser vistos por alguém que já viu a morte e que parecem criaturas horríveis que causam medo, mas se tratadas com respeito e carinho, são criaturas extremamente dóceis e companheiras (o preconceito, que nos faz pensar que alguém ou alguma coisa é ruim, quando na verdade não pe). Como a Aveda Kedrava que só funciona com quem realmente pretende causar as conseqüências do feitiço e traz prejuízos ao conjurador, pois a alma dele não será mais pura ao assassinar alguém. Como muitos outros exemplos que não vou citar para não fazer dessa resenha uma enciclopédia. Hiuahaiuha.
Há também, além das personagens cativantes, dos valores, da coerência e da funcionalidade desse mundo mágico, a ótima escrita e narração de J. K. Rowling que faz com que nós mergulhemos nas sensações das personagens e nos cenários fantásticos, os mistérios, as profecias, as ótimas histórias que se cruzam, as cenas de luta, os momentos tensos e dramáticos, o romance, a aventura, ou seja, de tudo um pouco!
E é exatamente tudo isso que faz com que Harry Potter seja a série de livros favorita de muitos jovens ao redor do mundo – inclusive eu. Que faz com que a história, as personagens e a magia encante tantas pessoas, independente de idade, nacionalidade, sexo e etc. É isso que faz com que seja uma ótima história, de reconhecimento mundial, que cativou e marcou muitas pessoas. Foi uma oportunidade maravilhosa acompanhar Harry, seus amigos, seus inimigos e suas trajetórias durante esses sete livros e essa ótima história. Uma oportunidade que todos deveriam ter e que, se você ainda não aproveitou, deveria dar uma chance e aproveitar, por que vale muito à pena! Até mesmo para quem já conhece parte da história através dos filmes pois quando eu li os livros, eu já tinha visto os cinco primeiros filmes da série, mas ainda assim, eu gostei muito dos livros e queria sempre ler, não conseguia parar nem achar chato, mesmo já sabendo o que ia acontecer. A riquesa da história e de detalhes é muito maior, e a escrita de Rowling também.