Primeiras Impressões:
No Ordinary Family
A Fall Season desse ano está bastante movimentada. Fomos apresentados a muitas séries novas e parece que várias agradaram. E, ao meio de tantas estréias, No Ordinary Family era uma que eu tinha vontade e curiosidade em assistir. Mas era uma série que parecia – naõ só a mim – algo improvável de fazer sucesso. Aquele tipo de série que tem uma idéia legal, mas que pode não ser bem-executada e pode virar monótona e se perder no meio do caminho, ou que não vai agradar ao povo e logo vai ser cancelada. Bem, a primeira impressão parece estar errada – a série soube sim nos apresentar um ótimo piloto, resta saber se ela vai ou não se perder mais adiante, como Heroes – e eu sinceramente espero que a segunda, também venha estar. Pois No Ordinary Family soube cativar com um só capítulo.
A história começa quando Jim, o pai da família Powell, propõe à sua família que eles fizessem algo juntos, um programa em família, já que havia tempo que eles não o faziam. Após conseguir convencer JJ e Daphne – seus filhos – de irem viajar, ele parte com eles e sua mulher, Stephanie, para uma viagem à Belém, na qual Stephanie iria trabalhar numa pesquisa científica para seu laboratório e, nas horas vagas, a família iria se divertir.
Porém, algo inesperado acontece, e o helicóptero que os Powell pegam para serem transportados acaba caindo num rio no meio de uma tempestade. Todos – menos aparentemente o piloto – saem intactos, e após um momento de união debaixo da tempestade, a família retorna ao lar, onde tudo volta ao normal. A mulher super-ocupada com o trabalho de cientista e os filhos que preferem ficar no celular ou no videogame ao fazer companhia ao pai voltam à tona, deixando Jim novamente triste.
A partir dai, nos é mostrado parte do cotidiano de cada um dos membros da família. O trabalho de Stephanie, sua promissora pesquisa e sua assistente Katie, que é uma nerd que gosta de super-heróis e se revela como uma personagem legal e divertida, Daphne na escola ao afastar as assanhadas de seu namorado – que está a esperá-la ficar pronta para perder a virgindade – JJ e suas dificuldades com as notas, e Jim no mais profundo tédio em seu trabalho - desenhando rosto de criminosos na delegacia - e nas conversas com seu divertido e cômico amigo George. Nos é mostrado o quão Jim se sente sozinho enquanto seus filhos arranjam coisas mais interessantes para fazer ao jogar bola com ele e o quão o trabalho de Stephanie a sobrecarrega e tira seu tempo, outro aspecto para aumentar a solidão de Jim – e o desejo que tudo voltasse a ser como antigamente, quando eles eram uma família unida e tinham tempo para brincar e se divertir juntos.
No dia-a-dia das personagens porém, algo extraordinário acontece. Jim consegue segurar uma bala com sua mão numa confusão na delegacia e, ao lado de seu amigo George descobre que ele tem superforça, o que o torna bem resistente à qualquer dano, o que rende cenas engraçadas entre os dois amigos e o entusiasmo dos mesmos com relação ao poder adquirido por Jim.
Stephanie, ao correr por estar atrasada, descobre ter super-velocidade e corre muito rápido, conseguindo inclusive criar um campo de força que acompanha seus movimentos deixando um rastro de impulso e destruição e, para entender seus super-poderes, recorre à ajuda de Katie, que também se sente entusiasmada com os poderes da chefe, rendendo momentos engraçados.
Daphne descobre poder ler mentes na escola, conseguindo ouvir os pensamentos de várias pessoas ao mesmo tempo, o que a deixa confusa, e a revela verdades sobre seu namorado e sua melhor amiga que ela nem imaginava.
E por último, após se sentir excluído por sua família toda ter ganhado super-poderes menos ele, JJ descobre, durante uma aula de matemática, que ele havia ganhado super-inteligência conseguindo entender e resolver os problemas matemáticos só de lê-los.
No final das contas, após Jim e Stephanie esconderem seus poderes um dos outros, Stephanie descobre dos poderes de Jim pois o mesmo leva um tiro e desmaia – em um momento de falha de seu poder - ao tentar impedir um assalto, fazendo com que George o levasse para casa e contasse a situação à Stephanie – já que um hospital não poderia ver que Jim havia tomado um tiro no pescoço e não havia morrido nem nada, só desmaiado, por conta de seus poderes – que também conta sobre seus poderes ao seu marido. E depois, ambos descobrem dos poderes dos filhos e, após os acontecimentos, a família resolve tentar voltar a se unir não só para passar juntos pela adaptação aos novos poderes, mas também para poderem voltar a ser como eram antes. Além disso, Stephanie também pede a Jim para que o mesmo parasse de tentar bancar o herói e sair por ai atrás de criminosos, mas isso acaba não adiantando.
Deixando de lado a parte da família, vemos Jim combatendo um criminoso que podia se teletransportar e que revela à ele que existem outros por ai que também tem poderes. E vemos um homem misterioso sendo encarregado de “tomar conta” de todas as pessoas que haviam descoberto do criminoso com superpoderes que Jim havia derrotado. Vemos também a super-base que George havia construído para auxiliar Jim em seu combate ao crime.
No Ordinary Family é uma série que conseguiu me conquistar só com o primeiro capítulo pois ela tem um misto de comédia, ação e um pouco de drama familiar que a torna ótima e leve de assistir, e pela sua estrutura de mostrar as dificuldades e os benefícios que os poderes trazem aos Powell, além de mostrar a rotina e as dificuldades deles como uma família. Além disso, há também as ótimas atuações e os efeitos especiais bem-feitos, além de personagens engraçados e personagens que conquistam o telespectador.
Um dos fatores que eu também achei muito interessante na série foi o fato de todos os membros da família terem ganhado poderes de acordo com suas necessidades. JJ ganhou a superinteligência que o ajudou em seu distúrbio de aprendizagem, Stephanie ganhou a supervelocidade que a auxiliou na correria do dia-a-dia, Daphne ganhou o poder de ler mentes que a permitiu não ser mais enganada por seus amigos como ela estava sendo e Jim ganhou a superforça que o permitia combater o crime, fazendo algo que ele julgava ser importante.
Ao final do piloto, eu mal tinha visto os 40 e poucos minutos passarem e já estava querendo mais. Gostei muito desse primeiro capítulo e espero que a série continue assim – dando espaço às dificuldades da família e aos problemas de cada membro individualmente, pois se a série se focar demais no lado dos supervilões e do combate ao crime, ela irá cair na mesmice e irá perder o seu diferencial que é o lado que mostra as dificuldades da família Powell e os personagens divertidos e cativantes, que são os motivos dela ser uma série leve, divertida e boa de assistir. Recomendo para todos, até mesmo para aqueles que não gostam de super-heróis, pois como disse, o piloto nos apresentou mais do que só uma história de super-heróis e são 40 minutos de diversão de qualidade.
Nota: 9,0